sexta-feira, agosto 19, 2005

E depois...

... de tanto postar no mesmo dia, vou descansar para o Algarve. Ah, vou!

Post-it

«You find yourself falling down
Your hopes in the sky
But you heart like grape gum on the ground
And you try to find yourself
In the abstractions of religion
And the cruelty of everyone else
And you wake up to realize
Your standard of living somehow got stuck on survive
When you're standing in deep water
And you're bailing yourself out with a straw
And when you're drowning in deep water
And you wake up making love to a wall
Well it's these little times that help to remind
It's nothing without love»


«Deep Waters», Jewel

Nota 1: Adoro Jewel, sobretudo em princípio de carreira. Não só pela fabulosa voz, mas sobretudo pela maturidade afectiva das letras, por lavar a alma e enchê-la de orientações morais bonitinhas.
Nota 2: Post-it!

Elas

Está frio, um frio gelado cheirando a tristeza pelo espaço do quarto. Escolhida na cama, ouves enfim passos. Chegou, sabe-te a medo. Talvez venha só e traga só mais uma noite com ele, talvez tenha trazido tatuagens arranhadas de outro corpo perto dele, talvez seja só mais um amor volátil e etílico. Distintitamente, os passos, as botas pesadas atravessando o caminho até casa, a calçada geométrica que escolheste antes de se casarem, tudo, Teresinha, tudo rigorosamente a teu gosto. E agora a chave, metida no porta-chaves em pele monogramada que lhe ofereceste no último aniversário, quando toda a família veio almoçar, rodando na fechadura.
Hoje, veio com ele qualquer estranha pessoa. Libertada a vapores, vodka, gin. Veio com ele a pessoa pior que ele pode ser e ocorre-te pensar em como amas o lado de lá da lua que ele é, enquanto cerra a mão que te cai na cara e te sabe, distintamente, a sangue.


Há qualquer coisa em vocês de estatuto modelar. A casa modelo, o último e discreto automóvel familiar potente de marca alemã. Os filhos modelo, absolutamente educados e com notas esplêndidas frequentando os almejados colégios onde o ensino é melhor. O perfumado cão, as férias na praia fora de Portugal. As amigas do chá, do bridge, os amigos do golf.
Ao pormenor, qualquer coisa de modelar em vocês dois. A gentileza das flores e das gravatas formatadas em presentes, a rotina de deixarem a mão por cima do ombro um do outro em público, o passearem de braço dado. A atribuição masculina de escolher tecnologia, a orientação dos roteiros gastronómicos familiares femininamente conduzida. E, claro, o modo como cada um diz «o meu marido», «a minha mulher» com um sorriso não demasiado esboçado nem excessivamente singelo.
Hoje, Sábado, é dia de «fazer amor», porque amanhã é Domingo. E, enquanto cerras o cabelo num apanhado em gancho de tartaruga, pões perfume atrás das orelhas e vestes a camisa de seda negra, vais repetindo a ti própria, esperando que te tão repetido se torne verdade, que o amas.

Saíu de casa e, mal bateu a porta, apertou-se-te o coração em qualquer coisa indefinida já chamada saudade. Claro, nunca ninguém pode estar sempre junto, mas na irracionalidade estranha que não te conhecias e é amor, nunca ninguém não faz sentido. Esperas então, decides sair e viver também a vida cinzenta que há para lá das muralhas do castelo que é vosso. E, quando sais, enfim, de casa, já a correr para o autocarro, atrasada tens a certeza. Que logo, mais tarde, quando se voltarem a ver vão sentir-se finalmente em casa quando se abraçarem e sabes, mesmo, que o amas.


Banda Sonora: «Better Man», Pearl Jam
Ps. Um beijinho aos porcos que cantaram isto de Espanha a Casegas (pelo menos cantam bem) e, além de me deprimirem nesse dia, me fizeram amar esta música (quase) antes de a conhecer.

terça-feira, agosto 16, 2005

Caminhos

«olá eu sou a Ana. sou uma falhada... apaixonei-me perdidamente por um gajo q n me liga pevas e q tinha namorada, acho o primo dele um naco poderoso e sexy e andei aos beijos c o melhor, de quem gosto agora. ah! esqueci-me de referir q o melhor amigo tem namorada e quer q o tempo resolva tudo».

Extraído de uma conversa de messenger num qualquer dia quente de Agosto. Cada vez mais me convenço que cada vida é um caos.

sábado, agosto 06, 2005

Blog on tour...

... coisas de Verão. :)

terça-feira, agosto 02, 2005

A menina dos olhos do Mondego...


... e a minha menina. Tenho saudades tuas, Coimbra.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Amoras

Tão simultaneamente contraditórias na sua cor negra de breu e no travo adocicado. Tão perfeitamente oferecidas sob os caminhos e tão simultaneamente guardadas pelas farpas das silvas. Há tantas coisas na vida como as amoras...