terça-feira, março 28, 2006

O Pedro...

... mudou o template todo do blog. Basicamente, esteve mais ou menos uma hora a mudar isto tudo. Serve o presente post para informar os (escassos) leitores que, se aparecer escrita alguma coisa anormal, foi ele, não fui eu! ;)

sábado, março 25, 2006

Cartas a um avô em cinzas acerca de uma Lisboa cinzenta

Andar. Eventualmente, correr. Ou chegar atrasado, ou ver a vida passar.Sentar com cuidado, fechar os braços sobre o colo, fechar também o rosto e nunca sorrir.

O Metro, avô. O Metro. Como se ainda te pudesse ver, ou me pudesse ver correndo a escadaria cinzenta atrás da linha azul, no vértice de intersecção da minha mão pequena e da tua mão, nessa altura de quase-velho(s).
Lisboa está cinzenta, o metro já não leva às laranjeiras do Zoo e agora até rebentam lá dentro pessoas em nome de Deus, num funcionamento estranho a que chamam atentado.
As pessoas estão cinzentas, tão cinzentas que nem os artistas de metro lhes dão música à tristeza, que não conseguem ler nos anúncios «não corte no mais importante» nada de fundamental. Que uma miúda, apenas, sorri, na graça do cabelo de caracóis, e extraordinariamente ou não - aliás, nada extraordinariamente- tem impresso «chica guapa» na manga infantil rosa choque da camisola. Os pais olham um para o outro nos olhos, cheira-me a amor.
Devo ter aprendido a contar nas linhas do metro, avô. Altos dos Moinhos, oito. Saímos na nove. Chiadeira, velocidade, túnel cinzento de fumo. Nove. Saio aqui. Colégio Militar, Luz. Luz!? Que luz?

Tenho saudades tuas, mas isso agora entre nós não é mais que um selo perpétuo, que uma rotina de fim de carta, porque tu não voltas e eu vou ter sempre saudades.

Inês

quinta-feira, março 23, 2006

Um dia destes...

... vou esculpir o teu corpo para mim, gravá-lo no gesso da minha memória e, na madeira ou metal do tempo, eternizá-lo por tudo o que de nós foi bonito.

(Gosto mesmo de ti, tinhosazita, e a vida é isto, o esforço de ver o que foi bom...)

quarta-feira, março 15, 2006

Talvez

Era talvez o barulho batido ritmado da música, a luz desmaiada e tão intensa ao mesmo tempo ou apenas o fumo e o calor dos corpos em encontrões a materializar-se no espaço; era talvez a possibilidade de avançar pela multidão e pôr fim à distância em pouco mais de cinco passos, que numa multidão são mais penosos de caminhar. Ou eram os olhos dela ou dele, uns presos nos do outro ou vice-versa, ou era tudo o que entre eles havia, houvera ou nunca houve.
Era talvez uma indecisão pendente, ou a certeza absoluta de que alguma coisa os unia para sempre, ou qualquer coisa de permanente num talvez.
Não sei quem atravessou, talvez se encontrassem a meio, talvez ela o beijasse ou ele a beijasse a ela e ambos se beijassem de volta, para depois dizerem, qual deles? nenhum dos dois?, «nunca mais te quero ver».
Até à próxima vez.

domingo, março 12, 2006

Y

Depois do faustoso jantar de celebração do Dia Internacional da Mulher, na fabulosa Quinta do Castro (eu até vos deixava o link, se percebesse alguma coisa de linguagens de blog, mas sou um calhauzito nisto), só me ocorre dizer (desculpe o plágio,sôdona Papoila!):
- obrigada, meu Deus, pela variabilidade genética e por teres inventado O Homem;
- que 600 mulheres em fúria são um espetáculo degradante;
- por favor, meu Deus, esquece as teorias evolucionistas do Steve Jones e não faças do Y um cromossoma em extinção.

Occore-me ainda perguntar quantas calorias terá um rissol de camarão, embora talvez não queira saber a resposta...

sexta-feira, março 10, 2006

Até me parece estranho...

... que o meu último post tenha dois comentários. Bom, um é meu.

quinta-feira, março 09, 2006

Ando, definitivamente...

... a escrever para o boneco! É que já nem os meus comentadores habituais. Sabem que mais?
a) escrever um blog serve como livro de memórias;
b) ajuda a pôr o mundo em ordem, numa espécie de ludoterapia para adultos;
c) se ninguém me lê e não, pelo menos escrevo o que quero!

Pelo que, considerando o disposto nos números anteriores, quem ainda estoicamente cá vier ler-me, «comerá» invariavelmente com posts lamechas, que se acabou o esforço da piadazinha. PONTO. ;)

Alfarrabista

Ia à procura de uma edição antiga, original, de um livro especialmente ligado a momentos afectivos. A loja é deles, dos livros, mas pareceu-me o homem por trás do balcão particularmente curioso e desperto, atento. Conversámos.

« -Bom, passo então na 2ª, de qualquer forma venho cá todos os dias à fisioterapia.»
« -Fisioterapia, tão nova?»
« -Sim, tive um acidente, parti o pescoço... Por isso é que tenho estas borbulhinhas...»
« -Ah, não fica feia e tem uma camisola bonita e um cachecol cor-de-rosa com que está sempre a brincar. E não leve a mal dizer-lhe isto, tenho idade para ser seu avô, até tenho uma neta de 27 anos.»
« -Por acaso lembra-me o meu avô... Morreu em Março.»
« -É a lei das coisas, os avós morrerem primeiro que os netos. Sabe, há algum tempo uma amiga confidenciou-me que o meu filho lhe disse "Não estou preparado para ver o meu pai morrer". Há lá forma de amor mais linda que não estar preparado para ver alguém morrer?»

Saí a chorar, claro. Sabes avô, às vezes (tantas) tenho saudades tuas...

terça-feira, março 07, 2006

Da série «Ele(a) disse mesmo isto e esperamos ardentemente que nunca decida ler este blog» (II)

No meio da rua, aos berros, ela grita:
«Não entendes, tu és a pessoa mais importante para mim. Porque és a única pessoa que acho normal dentro da nossa "desnormalidade", não somos normais os dois.»

sábado, março 04, 2006

Da nova série «Ele(a) disse mesmo isto e esperamos ardentemente que nunca decida ler este blog» (I)

«Eu e o meu amorzinho também somos muito cúmplices! Eu gosto muito de feijoada e ele também, e agora descobrimos a receita e ele gosta muito da feijoada que o morzinho dele faz!»