quarta-feira, agosto 29, 2007

And now, for something very diferent...

Tentar um post quando tudo num pc esta escrito num alfabeto estranho. E nao ha acentos. Nem cedilhas.
Pelo menos, ha sol. E piscinazinha. E esperguicadeiras e alguem para nos dar uma toalhinha lavada todos os dias na piscina.
Afinal, dispenso os acentos e as cedilhas. E o alfabeto direitinho.
E agora, desculpem, vou ali dar um mergulho a um mar quentissimo.

Ps. Ressentidos! Inveja e um sentimento MUITO FEIO.

sábado, agosto 04, 2007

Cama de Hospital, Banco de Jardim

Num dos muitos dias em que te visitei, ainda no princípio do fim, mas quando já começavas a estar cansado, agarraste-me a mão e adormeceste assim, a minha mão abandonada na tua, os dedos enlaçados como só enlaça quem (já) não tem medo de assumir que gosta. Eu fiquei ali, o calor do ar condicionado e o peso das outras pessoas tristes que estavam no quarto, o cobertor azul claro por cima dos lençóis de algodão puído, tudo logotipado, são francisco xavier, letras brancas em listras azuis mais escuras que o branco do lençol, o logotipo repetido em toda a roupa, o peso do sétimo andar, o piso mais perto do céu. Nessa altura, pai, lembrei-me de todos os livros da faculdade, da dignidade em morrer assumidamente, de como se pode e deve preparar tudo, não eliminando a tristeza nem a saudade, mas clarificando todas as coisas e dizendo tudo o que tem de ser dito, fazendo tudo o que tem de ser feito. Continuo sem saber a quem quererias pedir desculpa, a quem quererias ter visto, o que gostarias que fosse feito das centenas de jornais de desporto automóvel empilhados no chão da cave. Continuo com o desgosto irreversível de não te ter dito algumas coisas, de teres tido de morrer com um sorriso insensato nos lábios quando as dores, as dores, te moíam os ossos e já nem os adesivos te salvavam, sempre preocupado em como passaríamos nós, nós, as horas da tua agonia, quando eras tu, tu, a quem doía. Desculpa.

Umas semanas depois, li de fio a pavio um livro pequenino sentada nos bancos pretos de esquina da Fnac. Não consegui trazê-lo e ficou lá, mesmo depois de eu o ter lido todo. Ficaram-me insistentemente na cabeça umas linhas e a história de alguém que foi capaz de dizer a outro alguém que ia morrer e suportar-lhe depois o olhar e o choro.

Tenho muitas saudades tuas. Ontem estava sentada num banco de jardim a falar com uma pessoa de quem gosto muito. Custa-me não poder salvar o mundo do meu próprio sofrimento e não acreditar em Deus e poder rezar. Espero, querida, que corra tudo bem.

Talvez me doesse o estômago

Reparei agora que os últimos posts estão cheios de lapsos de linguagem foleiros. Ainda devia estar bêbada.