«Uma rapariga começa a ter uma vida difícil muito cedo. Sobretudo quando tudo dura pouco tempo. Sem a invisível protecção do pai, dos anjos ou de deus ninguém sabe o que se pode, não se pode nada. Por isso, com a alma aflita, uma rapariga procura sentimentos recíprocos. Em muitos sítios onde não devia, em que já sabe que não vai encontrar nada de jeito, porque os vícios colam-se às pessoas, quaisquer que elas sejam, boas ou más. E depois é tarde e uma rapariga é um ser volátil que se queima (...).»
«Acordar de noite. Não sentia a dor. Ficar quieto. À espera da dor. Respirar devagar. Abrir os olhos. Primeiro um, depois o outro. Fechar os olhos devagar. À espera da dor. Tu a chegares e depois a partires. A ires e a vires, a nunca ficares. Acordar de noite. A meio da noite. Ninguém a teu lado. Um braço, uma cabeça, um colo. Sem te mexeres. Não vale a pena. Ninguém a teu lado(...).»
«Entre um homem e uma mulher poucos são os sentimentos recíprocos. O sexo é um antídoto para esquecer isso, que às vezes resulta. Eu digo-lhe com o mar mais sensato que tenho: "A vida são muitas coisas. O amor é só uma entre muitas." E ela responde de seguida: "A vida pode mudar muito mais do que se espera, o amor é o que está acima de tudo, tudo altera. Nos teus braços morreria" (...).»
Pedro Paixão, claro.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Apontamentos
Publicada por Luz à(s) 7:41 da tarde
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1 comentário:
O eterno Pedro Paixão... :)
"Quando é que isto começou? Isto, o quê? Isto. O amor? Talvez. O amor? Sim, pode ser isso. Quando é que o amor começou? Começou antes de ter começado. E depois? E depois não acabou quando devia acabar. Durou mais tempo. O coração bate mais tempo. Não há maneira de parar o coração. E então? E então é assim. Não há muito que se possa fazer. Pode-se esperar. Pode-se esperar? Sim, pode-se esperar. Sem saber o que se espera, por exemplo. Isso é ainda pior. É. E então? O que é que tu queres saber? Gostava de saber. Eu também gostava de saber. Mas o que se sabe é muito pouco. Quase nada."
Quando é q isto vai acabar?Isto, o quê?Isto.O amor?Sim, pode ser, o nosso amor. Quando vai acabar o nosso amor?Vai acabar quando não estivermos à espera que acabe, sem mesmo se fazer notar. Só depois, mais tarde, quando se tenta recordar e se começa a perguntar: como foi que aconteceu? e não se consegue voltar lá, só então se sabe que acabou o nosso amor. Vai acabar sem que saibamos. Só depois, quando já irreparável, é que ficamos a saber que há muito tempo, demasiado tempo, acabou o tempo do nosso amor, uma coisa passada.E como é que vai acabar, diz-me, se fazes favor. E porquê?Vai acabar da única maneira que nós, tu e eu, não imaginámos que acabasse."
Pedro Paixão "Muito meu amor..."
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