segunda-feira, maio 23, 2005

«Do Amor e de Outros Demónios»

Amar-te-ei. Hoje, ao fim da noite ou ao princípio do dia, ao fim de mim ou ao princípio de ti, entre a última luz negra do céu estrelado, a alvura da aurora e o surgir do sol num céu cinzento sem nuvens.
Amar-te-ei. Mas pouco. Apenas o suficiente para que esteja em ti uma parte limitada de mim, apenas e só por cima de ti ou por baixo de ti, apenas sobre ou debaixo, entre, nunca dentro.
Amar-te-ei em fúria etílica ao nascer do dia, ao rasgar do sol, ao fugir das estrelas, amar-te-ei de novo enquanto durmo a teu lado e me vês dormir, calculando o tempo que te resta ainda comigo dormindo.
Amar-te-ei até que entardeça, até que me chame a minha vida e a razão, até que me farte de ti, dos despojos da tua roupa no chão e do sabor dos teus beijos e me apeteça, enfim, gritar ou escapar pelo quadrado da tua janela em direcção ao céu azul de fim de tarde...


Banda Sonora: Melancholic Ballad (for the left lovers), Fingertips

1 comentário:

Anónimo disse...

I just get astonished by the beauty of your writting. Lv&miss you, sweet sister*