terça-feira, novembro 15, 2005

Podes vir a qualquer hora. A meio da noite, embrulhada em sono e impaciência resmungante de quem só quer dormir; ao raiar da manhã banhada a luz; podes vir à tarde ou depois dela; podes vir quando quiseres.
Podes vir. Tenhas partido os braços, o pescoço, a alma, as pernas, o coração ou perdido as vísceras pelo caminho; tenhas chorado o dia inteiro ou a vida te pareça consoladora como o sol; tenhas em ti toda a raiva pela humanidade, só medo, ou a certeza de que todas as pessoas valem; podes vir como quiseres.

São as minhas mãos, os meus braços e a largura do meu tronco maior que o teu. A minha omoplata larga, osso, músculo, fibra, carne, fleuma. Tudo, sempre, inevitavelmente à tua espera, do teu riso ou da desilusão, de ti, na certeza absoluta de que sempre que sais regressas. As minhas mãos para ti, para o teu corpo, para a tua boca ou para o teu cabelo, os meus braços para te abraçar.
Eu, enfim, ou a certeza absoluta de que chegaste a casa.


Banda Sonora: «Fix You», Coldplay

Acrescento(s): Sim, eu também acho o post foleiro, mas cada um escreve o que pode. Alguém reparou como eu ando solidária com os desgraçados que partem o pescoço? ;)

1 comentário:

Anónimo disse...

SUBLIME! e a fix you...oh meu Deus... speechless, essa musica até me arrepia! beijinhos, tenho saudades tuas *********************************** love u too much!